9.1.09

Falsas necessidades

Recebi esse texto de um amigo muitíssimo querido e que foi extraído do site: www.vivendonamatrix.com/necessidades.html
Obrigada Mi.

O seu sentimento e o seu pensamento tornaram-se duas coisas diferentes e esta é a neurose básica. Aquele seu lado que pensa e aquele seu lado que sente tornaram-se dois e você identifica-se com a parte que pensa e não com a parte que sente.
E sentir é mais real do que pensar; sentir é mais natural do que pensar.
Você nasce com um coração que sente, mas o pensamento é cultivado, ele é-lhe dado pela sociedade. E o seu sentimento tornou-se algo suprimido. Mesmo quando você diz que sente, você apenas pensa que sente. O sentimento tornou-se morto e isto aconteceu devido a determinadas razões.
Quando uma criança nasce, ela é um ser que sente; ela sente coisas, mas ela ainda não é um ser pensante. Ele é natural, como tudo o que é natural, como uma árvore, um animal. Começamos, entretanto, a moldá-la e a cultivá-la. Ela terá de suprimir os seus sentimentos, os se isto não acontecer, estará sempre com dificuldades. Quando quiser chorar, não poderá fazê-lo, pois os seus pais a censurarão. Será condenada, não será apreciada e nem amada. Não será aceita como é. Deve comportar-se de acordo com determinada ideologia, determinados ideais. Só então será amada. Do modo como ela é, o amor não se destina a ela. Só pode ser amada se seguir determinadas regras.
Tais regras são impostas, não são naturais.
O ser natural dá lugar a um ser suprimido e aquilo que não é natural, o irreal é-lhe imposto. Esse "irreal" é a sua mente e chega um momento em que a divisão é tão grande que já não se pode mais ultrapassá-la.
Você esquece-se completamente do que a sua verdadeira natureza foi ou é. Você é um falso rosto; o semblante original perdeu-se. E você também receia sentir o original, pois no momento em que o sentir toda a sociedade se voltará contra si. Você, portanto, coloca-se contra a sua natureza real.Isto cria uma situação muito neurótica.

Você não sabe o que quer; ignora quais são as suas necessidades reais e autênticas, pois somente um coração que sente pode dar-lhe a direção e o significado das suas necessidades reais. Quando elas são suprimidas, você passa a criar necessidades simbólicas. Por exemplo, você pode começar a comer cada vez mais, enchendo-se de alimento, e nunca sentir que está satisfeito. Você tem necessidade de amor, não de comida. A comida e o amor, entretanto, estão profundamente relacionados. Quando a necessidade de amor não é sentida, ou é suprimida, uma falsa necessidade de comida é criada. Você pode continuar comendo; posto que a necessidade é falsa, ela jamais poderá ser preenchida.
E vivemos entregues a falsas necessidades.
Por isso, não há realizações.

Concordo com esse texto, principalmente quando ele diz sobre a imposição da sociedade sobre quem devemos ser, como sentir e pensar. E acrescento ainda o agir.
Ao longo de nossas vidas somos educados, ensinados a agir de determinadas formas. A família, a escola, a sociedade determina regras e condutas.
Somos preparados para estudar, trabalhar, constituir um lar, uma família, vencer na vida, porém, não somos preparados para lidar com nossos sentimentos, com o sofrimento, com as dificuldades, com as decepções, com o ódio, com o amor e o desamor....

Sentimos, pensamos e agimos conforme aquilo que nos foi ensinado, conforme o que nos é conveniente ou ainda, conforme o que o “outro” acha que é melhor.
Deixamos o que queremos de lado, suprimos nossos sentimentos, nossos desejos, nossas vontades por medo, insegurança e muitas vezes deixamos de viver exatamente aquilo que mais almejamos.
Às vezes a vida coloca situações, pessoas em nossas vidas justamente para aprendermos a lidar com nossos sentimentos, pensar menos, agir mais e simplesmente viver.
Viver intensamente, agir conforme nosso coração, e quando digo coração, não é no sentido de deixar a emoção tomar conta e agir por impulsividade, mas agir conforme aquilo que é certo pra si, conforme aquilo que se acredita ser o melhor, agir conforme o sentir, independente do que o outro vá pensar.

Fazemos nossas próprias escolhas, não devemos deixar que o “outro” a faça por nós. Por isso não devemos ter medo de agir e seguir nosso coração.
Sei que não é simples, mas ficar pensando: - Será que estou agindo certo? Será que fulano está pensando isso ou aquilo? Será que devo sentir isso? Mas e se isso? E se aquilo?
Verdade seja dita, chega de pensar tanto e não agir, não sentir e não viver.
Por que temer quem você é? Por que temer o que você quer e o que você sente?
Sofremos, nos decepcionamos às vezes fracassamos, mas meu Deus, somos seres humanos imperfeitos, porém, aprender com os erros, com as decepções e fracassos faz parte da nossa perfeição e da nossa evolução. Então, deixemos o que ficou pra trás lá atrás, basta aprender e seguir enfrente. Parece simples, e é desde que deixemos de agir conforme o sentir e o pensar do outro e passemos a sentir e a pensar conforme o que queremos realmente.Não suprimir nossos sentimentos para seguir o que nos é imposto.
O “meu verdadeiro eu” quer sentir, pensar, agir....quer sentir alegria, paixão, amor, quer rir, chorar, brincar, falar bobagens, fazer surpresas, abraçar, beijar, amar. Quer aprender, trabalhar, construir, vencer....

O “meu verdadeiro eu” é repleto de defeitos e qualidades. Ele tem amor pra dar e vender, mas também quer receber amor. Ora ele é alegre, bobo, brincalhão, tolo, ora é exigente, chato, severo, sistemático, metódico, mas em tudo isso, o “meu verdadeiro eu” é perfeito. E se ele é perfeito, por que escondê-lo? Por que suprimir o que sinto e desejo? Por que viver o que a sociedade impõe e não viver o que eu desejo?
Qual o sentido da vida se ela não for para ser vivida em sua plenitude conforme os nossos sentimentos e desejos?

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