25.8.09

Real ou Virtual?

A cada dia nos deparamos com uma realidade virtual em constante crescimento.
São recursos tecnológicos cada vez mais inovadores e eficazes, que contribuem para a troca de informações em tempo real, num mundo onde as pessoas perderam o sentido da humanização e passaram a viver em função da robotização.
Calma, vocês podem pensar que estou sendo contra a toda essa inovação tecnológica que vivenciamos a cada dia, mas ao contrário, sou a favor....a favor porém com algumas restrições. E vocês entenderão o por que.
Há aproximadamente 1 ano, fiz um trabalho referente as experiências das pessoas no mundo virtual, como elas vivenciam esse mundo e se percebem nele e como esse mundo as influencia, seja positiva ou negativamente.
Confesso que fiquei surpresa com os resultados, uma vez que o número de pessoas inseridas em comunidades virtuais têm aumentado assim como a criação de novas comunidades dentre tantos outros recursos virtuais, imaginei que o resultado seria positivo do ponto de vista dos entrevistados. Entretanto, 80% das pessoas entrevistadas afirmaram que tais comunidades, ao mesmo tempo que aproximam, afastam as pessoas e que só fazem o uso de tais "recursos" com o objetivo de transmitir uma informação urgente ou quando não conseguem de jeito algum contatar a outra pessoa.
Ainda afirmaram que o mundo virtual tão em evidência nos dias de hoje torna-se algo negativo, pois ao invés de aproximar as pessoas, as afastam.
Ao mesmo tempo que o objetivo ao criar tais recursos foi o de agilizar ou aproximar os contatos, acabou por afastar.
As pessoas se comunicam via e-mail, mensagens, orkut, msn dentre tantos outros recursos e comunidades virtuais e se esquecem do contato real, aquele contato que cria vínculos, laços.
Não vou negar que houve uma época em que eu acessava frequentemente esse mundo virtual, adorava ver as comunidades existentes e as suas discussões, trocava idéias com outras pessoas, reencontrava pessoas da época mais remota da minha vida mas que felizmente ou infelizmente, não passava de um reencontro do tipo "Oi, tudo bem? O que tem feito? Por onde anda? Casou? Tem filhos? Ah, eu to trabalhando, estudando, mudei de cidade, casei, separei..."assuntos desse nível, mas que não passam de um mero diálogo informativo. Depois disso, nunca mais você tem o contato com aquela pessoa. Sabe que ela existe, mas que está ali apenas para preencher e aumentar o seu "número de amigos virtuais".
E chegou um momento em que minha experiência virtual já estava ultrapassando os limites e eu percebi que o contato real estava se perdendo e sentia falta disso.
Hoje faço parte do grupo do 80% de entrevistados da minha pesquisa que utiliza sim os recursos da internet pela facilidade e agilidade na transmissão de informações que ela proporciona, mas doso esse uso e procuro manter as minhas relações o mais próximo possível, afinal, existe algo melhor do que essa aproximação com as pessoas?
Ouvir a voz daqueles que nos são queridos, uma palavra amiga, um elogio, um reconhecimento, até uma bronca mas que nesse contato, você percebe pela voz, pela entonação o que o outro quer transmitir e que mesmo sendo um momento de discussão ou bronca, você sabe que aquele que realmente gosta e ama você, o faz para o seu bem, e isso, você percebe pela voz, pela expressão do outro, pelo olhar...Ahh o olhar...
Um olhar tímido, um olhar de alegria, apaixonado, de prazer...
E o toque?
O toque é extremamente importante na vida das pessoas e isso já aparece nos primeiros dias de vida. Recomenda-se que as mães acariciem seus bebês, fazendo massagens, carinhos pelo corpo, no rostinho, utilizando de produtos próprios para os bebês e com isso, a relação, a aproximação entre mãe e filho é favorecida, além de ajudar a diminuir as cólicas e manter o bebê mais calmo, tranquilo, ele se sente protegido, acolhido...E isso se estende ao longo da nossa vida.
Receber um abraço apertado de quem não vemos há tempos, é uma troca de afetos...que momento gostoso.
Ou ainda, sentir aquele abraço caloroso, que te faz sentir protegido, especial...e isso acompanhado de beijos carinhosos...
E o momento em que os lábios se tocam....momento único que proporciona mil sensações...
Ah...o mundo real!!! Tem coisa melhor que isso? rs
Bem, melhor eu parar por aqui...rsrs, não quero me estender nos exemplos de nossas experiências reais e tomar outros rumos que não o proposto aqui.
Quero deixar claro que em momento algum estou afirmando que viver numa realidade virtual seja de todo boa ou ruim, apenas estou abrindo um espaço para refletirmos as nossas experiências e em como podemos dosá-las e viver em equilíbrio, unindo sim os recursos tecnológicos mas não nos esquecendo do contato, do vínculo, dos laços que nos unem às pessoas.
Uma ótima semana pra vocês.
Beijos.

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  • Quando Nietzsche Chorou - Irvin D. Yalom
  • Você é Insubstituível - Augusto Cury

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